quinta-feira, 29 de julho de 2010

Moça com Brinco de Pérola (Girl with a Pearl Earring, 2003)


Direção: Peter Webber
Roteiro: Olivia Hetreed, baseado em livro de Tracy Chevalier
Elenco: Colin Firth, Scarlett Johansson, Tom Wilkinson, Cillian Murphy, Judy Parfitt, Essie Davis, Joanna Scanlan


O filme conta de modo fictício a história de um dos quadros mais famoso do pintor holandês Johannes Vermeer. O quadro, considerado a Monalisa de Vermeer, possui a mesma especulação que o famoso quadro de Da Vinci sobre a modelo que teria posado para o quadro, e é nessa modelo que foca a história do filme.
Griet (Scarlett Johansson), uma jovem holandesa de 17 anos, é obrigada pelos pais à trabalhar como empregada na casa da família do pintor Vermeer (Colin Firth). Aos poucos ela vai conhecendo a família: Maria Thins (Judy Parfitt), a sogra e administradora de todo o dinheiro da família, uma mulher mesquinha e que economiza até no remédio das netas, porém sabe que sem o genro pintor elas passariam fome, então ela faz de tudo para ajuda-lo; Catharina (Essie Davis), mulher de Vermeer, uma mulher insuportável, que trata os empregados como animais, rancorosa, ciumenta e infantil; as filhas do casal, uma mais peste que a outra e o pintor Vermeer, um homem muito talentoso mas que vive sob controle da sogra. Uma das funções de Griet é limpar e organizar o quarto que Vermeer usa para pintar, quarto o qual sua esposa e filhas tem até medo de entrar por ser um local "sagrado" por todos naquela casa. Aos poucos Vermeer começa a criar um laço maior com Griet, não um laço amoroso, ele a vê como uma pupila, tanto que ele ensina ela a misturar as cores que ele usa para pintar e até aceita a sua intromissão no que ele deve pintar, numa cena muito interessante em que ela retira uma cadeira do lugar para que ele retira-se da pintura, pois ela achou que a cadeira não estava bem localizada na pintura.
A sogra sempre promove jantares com o mecenas Van Ruijven (Tom Wilkinson) para discutirem sobre os futuros trabalhos de Vermeer. Em um desses jantares fica claro para todos o interesse de Vermeer em Griet, pois o mecenas agarra Griet na frente de todos e o pintor quase sai em defesa de sua pupila, a partir daí sua esposa começa a desconfiar do relacionamento do seu marido com a empregada. Tudo piora quando ele recebe a próxima encomenda do mecenas: um retrato da jovem Griet, tal trabalho tem que ser realizado escondido pois Catharina não pode saber que seu marido está fazendo um quadro da empregada, sendo que ele nunca fez um quadro sequer dela, de sua esposa.


Em meio às crise da família, Griet conhece o filho do acogueiro da feira, Pieter (Cillian Murphy), um rapaz decente e apaixonado por ela, aos poucos eles começam a namorar e ele faz de tudo para que ela abandone o emprego na casa da família que a trata muito mal (tirando Vermeer) para que eles se casem.
A história do brinco de pérola: Vermeer acaba de pintar o quadro de Griet como modelo, porém ele acha que está faltando alguma coisa, logo ele percebe que o toque final do quadro seria se Griet estivesse com um brinco, coisa que ela vai contra pois não tem a orelha furada e muito menos um brinco para colocar. Resultado, a própria sogra, sabendo da necessidade do dinheiro da venda do quadro, pega o brinco da filha, escondido, e entrega à Griet para que ela pose com o brinco para Vermeer. Quando Catharina descobre, graças à uma das suas filha fofoqueiras, ela se enfurece, quase destrõe o quadro e manda Griet para rua.
Agora ela terá tempo para Pieter.
O filme tem uma fotografia impressionante de tão bela, um simples passeio de Griet e Pieter à beira do rio é um deslumbre para os olhos. O ponto alto do filme é a trama do brinco de pérola, a cena dele furando a orelha dela e a fúria de Catharina quando vê o quadro valem o filme inteiro. É lindo também a comparação imposta pelo diretor do quadro pintado tendo a Scarlett como modelo e a cena final do filme com o quadro original do Vermeer.
O filme teve 3 indicações ao Oscar, 2 indicações ao Globo de Ouro e incríveis 10 indicações ao Bafta.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Angel-A (Angel-A, 2005)

Diretor: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Jamel Debbouze, Rie Rasmussen, Gilbert Melki Serge Riaboukine, Venus Boone


André, um cara baixinho, feio e totalmente sem sorte na vida, só se mete em furada pegando dinheiro com grandes chefões da máfia francesa e depois não tendo como pagar, por não achar uma solução para sua vida e nem como arranjar dinheiro para pagar aos caras ele decide pôr fim à sua vida, vai em uma ponte e lá decide que esse é o seu destino, mas algo lhe chama a atenção, uma loira, que também esta querendo pular da ponte. Ele decide então fazer com que ela mude de idéia, mas ela acaba se jogando e ele por instinto se joga no rio também para salva-lá, começa aí o fato que vai mudar a sua vida para sempre! Por agradecimento por ter salvo a sua vida, Angela, a loira salva, retribui o fato dando a sua vida nas mãos de André, daqui pra frente ele será o responsável por todos os atos dela, sendo digamos seu "chefe". Angela por outro lado se mostra uma mulher com uma força descomunal, o que faz com que André tire algumas vantagens desse dom da moça, indo a todos os caras ao qual ele devia grana e conseguindo ainda mais, tudo na força bruta da moça! Ela é uma máquina de conseguir grana, fato que deixa o pobre André desconfiado, até que ela revela à ele ser um anjo! No começo ele não acredita muito não, mas aos poucos ele vai acreditando nela e se apaixonando ainda mais. Angela tinha um grande plano para modificar a vida de André, ela foi enviada à terra justamente para ajuda-lo a encarar a vida com dignidade e verdade, mas mal sabia que o destino estava reservando algo muito maior à ela: um amor real e uma vida mortal!


Luc Besson sempre conseguiu contar histórias fantásticas, seja na ótima ficção "O quinto elemento", ou na sua adaptação da vida de Joana D'Arc em "Joana D'Arc de Luc Besson", nesse não poderia ser diferente, o toque fantástico aliado ao drama do personagem torna o filme uma deliciosa experiência, é impossível não se tocar pela tristeza de André, um cara "perdedor" como dizem, só mesmo um anjo de verdade para ajudá-lo e esse anjo toma forma no corpo de uma linda mulher, loira, alta, mais ou menos uns 1,80 m e sem pudor algum, um misto de uma ingenuidade indecente!
Uma grande história, com um pouco de lição de moral, mas com um certo charme, ainda mais com o belo visual de Paris ao fundo e uma fotografia em preto e branco!
Um ótimo filme premiado pela Sundance Film Festival em 2007.

domingo, 25 de julho de 2010

Predadores (Predators, 2010)

Diretor: Nimród Antal
Roteiro: Michael Finch, Alex Litvak, Jim Thomas (personagem) e John Thomas (personagem)
Elenco: Adrian Brody, Laurence Fishburne, Topher Grace, Alice Braga, Danny Trejo


Remakes em sua maioria não são filmes que podem ser considerados boas produções e quando um é
anunciado por Hollywood já da pra sentir aquele frio na espinha e um medo de destruirem aquele filme que a gente tanto gosta! O que falar de reivenção então? O que que dizer isso? Será que o original não era bom o suficiente e as mentes brilhantes de hoje em dia precisam melhora-la? Ou é apenas um meio de explorar algo que já é consolidado e por consequencia já tem um público definido, logo, talvez teria um boa bilheteria? Bom, isso tudo são questões que sempre rendem horas e horas de "senta que lá vem história" a lá Castelo Rá tim bum e ninguém nunca chega a um concenso!
Pois então, o filme de hoje não se trata nem de um remake e nem de uma reivenção, é apenas um exemplar de uma história que já não era das melhores! Quando esse filme foi anunciado muita gente deve ter gritado de felicidade, afinal, tratava-se de uma produção do Robert Rodriguez, fiel parceiro do Tarantino e no seu elenco tinha nomes como Adrian Brody, Laurence Fishburne, Alice Braga e como não podia faltar, Danny Trejo figurinha facil de se encontrar nos filmes do Rodriguez e do Tarantino, além do personagem ter participado de dois filmes deprimentes da série Aliens Vs. Predador!
A história é o seguinte, pessoas desconhecidas e sem ligação aparente começam a cair de para quedas, literalmente, em um local totalmente isolado, de começo eles tentam compreender o que está acontecendo e onde estão. Aos poucos os personagens vão sendo apresentados e suas características vão sendo reveladas, há o "bobo" do grupo que é um dos criminosos mais procurados pelo FBI, o cara durão e com instinto de líder, papel do Adrian Brody em uma das interpretações mais canalhas em séculos, Schwarzenegger deve ter se sentido representado, a moça sensata e forte, papel da brasileiríssima Alice Braga, entre outros que estão lá apenas para deixar o filme mais interessante com algumas mortes (em vão)! Tentando descobrir onde estão eles percebem que cairam em um outro planeta e que uma raça alieníguena estão à caça deles! Tudo isso óbvio quem vai concluindo é o personagegem super esperto do Adrian Brody, que deve ter malhado bastante pra fazer o papel do "fortão" no filme, apesar dele não ser tão forte assim...


Um a um vão sendo dizimados pelos Predadores, fazendo com que a história se limite a um jogo de gato e rato sem emoção alguma, os Predadores no lugar dos caçadores e os humanos no papel de presa, há ainda uma disputa entre duas raças diferentes de Predadores, uma tentando ser superior à outra, eu não lembro muito bem dos dois primeiros filmes, mas acho que tinha algo relacionado a isso, de um predador de uma raça diferente ajudar os humanos a deter outros de outra raça, se voces lembram me falam. Um dos poucos pontos altos do filme é o fato do ser humano se adaptar a qualquer situação no instinto de sobrevivencia, o que em algumas cenas se torna totalmente forçado, como o japonês da Máfia Yakuza, que esta no grupo, encontrar uma espada de seus antepassados samurais e enfrentar um Predador à espadada, cena no mínimo constrangedora! E por aí vai, as cenas de ação são péssimas, o que conta muito em um filme do genero, há até uma ligação com o primeiro filme, mas nada muito aprofundado e uma reviravolta tosca no final com um dos personagens! No saldo final quem sai perdendo mesmo é quem foi ao cinema, pagou caro e assistiu a um filme totalmente desnecessário!


Espero que a dupla Rodriguez-Tarantino se esforcem mais quando forem produzir/apresentar algum longa, Tarantino deu uma fora ao fazer o mesmo com "O Albegue" do Eli Roth, um filme que considero horrível. Mas to na espera de "Machete" do próprio Rodriguez, acho que por ser direção dele, ele deve acertar, já que gosto bastante de seus filmes, até mesmo "Pequenos Espiões" eu gosto, são boas aventuras para um público mais jovem, sem contar "Um drink no Inferno" que acho ótimo, mas isso fica para um outro post!
Fica então o registro de um filme que não chega a ser tão ruim, mas está muito longe de ser bom!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Lunar (Moon, 2009)


Diretor: Duncan Jones
Roteiro: Nathan Parker, baseado em história de Duncan Jones
Elenco: Sam Rockwell, Kevin Spacey, Dominique McElligott, Adrienne Shaw, Kaya Scodelario

De vez em quando aparece um diretor que na sua estréia em longa-metragem mostra a que veio, como exemplo: Richard Kelly com Donnie Darko, Neill Blomkamp com Distrito 9 e agora Duncan Jones com Lunar. Se ele irá decepcionar em seus projetos futuros (vide Richard Kelly e seu Southland Tales) não se sabe, mas que ele fez um ótimo filme é verdade.
Sam Bell (Sam Rockwell) é um astronauta que está morando na Lua há quase três anos em uma base da Lunar Industries, empresa responsável pela maior fonte de energia no futuro da Terra. Sua função é coletar e enviar para a Terra o produto minerado na Lua em cápsulas, que vêm para nosso planeta em um pequeno jato. Seu contrato é de três anos e já está perto do fim, ele está ansioso pois deixou esposa e uma filha pequena na Terra, que mandam regularmente mensagens gravadas via satélite, ele está impossibiltado de se comunicar diretamente com as pessoas pois a antena que capta os vídeos ao vivo está quebrada.
O filme mostra seu dia a dia sozinho, somente com a companhia do robô Gerty (voz de Kevin Spacey), uma espécie de babá faz tudo, desde controlar sua alimentação até cortar seu cabelo.
Porém, como dizem, cabeça vazia é moradia para o capeta, ele começa a ficar alucinado e ter visões, uma dessas visões, uma pessoa em pleno solo lunar em quando ele faz a vistoria de um dos coletores do produto que é mandado para a Terra, o deixa muito atordoado e faz ele sofrer um acidente.


Logo em seguida ele acorda na enfermaria da base e ao sair da maca ele se depara com algo que irá mudar completamente o filme, ele se depara com ele mesmo, um clone. À partir daí é que o filme ganha mais e mais fôlego, pois eles descobrem que fazem parte de um projeto de clones que de três em três anos é substituído por um novo, sem assim nunca voltar para a Terra.
A história é surpreendente, o roteiro é genial e aos poucos as coisas vão se encaixando como em um quebra-cabeças. Acho que estamos diante de um futuro clássico.
Para os desavisados, não se trata de uma ficção científica estilo Michael Bay, não temos cenas de ação, muito pelo contrário. O filme é todo centrado no dia a dia monótono de um astronauta e depois no suspense quase filosófico dos clones.
O filme ganhou o prêmio de revelação no Bafta de 2009 e alguns outros prêmios em várias premiações mundo afora. E uma pequena observação: Duncan Jones é filho de David Bowie.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lupin III, O Castelo de Cagliostro (Rupan Sansei: Kariosutoro no Shiro, 1979)


Diretor: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki, Haruya Yamazaki
Vozes: Yamada Yasuo, Ishida Taro, Masuyama Eiko, Shimamoto Sumi


Confesso que não sou muito fã de animes, acho que pela simples falta de costume de assitir, pois é muito mais fácil se achar desenhos ocidentais que orientais, é uma pena, pois a cada anime que assisto, vejo que são filmes riquíssimos e muito interessantes. Então contrariando tudo e todos pretendo assistir, pelo menos, os filmes do mestre Hayao Miyazaki, por favor, quem conhecer outros diretores e animes deixem aqui no comentário, para que eu possa cada vez mais conhecer esses filmes!

Vamos à história: o filme conta mais um caso do ladrão Lupin III, um famoso ladrão que muito me arremeteu a Robin Hood e James Bond. Ele e seu fiel amigo, Jigen, descobrem que todo o dinheiro que acabam de roubar de um cassino é falso, então resolvem partir em busca do falsificador do dinheiro e acabam descobrindo mais que uma simples falsificação de notas. Eles descobrem que o dinheiro vem de um distante e pequeno país, Cagliostro. No caminho, eles encontram uma noiva em fuga, sendo seguida por capangas de alguém muito poderoso, Lupin Prontamente vai em proteção à indefesa noiva em fuga, Clarice. Ela acaba sendo pega pelos caras e levada para o castelo e trancada na torre, onde somente o duque, seu noivo e de quem ela estava fugindo, pode entrar.
Ela não quer casar com o duque pois ele pretende unir a linhagem das duas famílias e se tornar um homem muito poderoso, pois Clarice tem em sua posse o anel "mágico" que muito interessa ao conde. Lupin acaba deixando em segundo plano todo o esquema do dinheiro falso e tenta de qualquer jeito libertar e ajudar Clarice e para isso ele usa todos seus artifícios e disfarces, sendo ele dono de uma habilidade única de se safar de enrascadas.

Lupin tem em seu calcanhar Zenigata, o inspetor da Interpol, que está doido para prendê-lo desde muito tempo, acaba que os dois se unem para enfrentar o conde, que não só falsifica dinheiro do Japão como é o maior falsificador do mundo, tendo no subsolo do castelo várias máquinas e milhares de notas falsificadas (que logo logo Lupin vai dar um fim nelas). Outra pessoa que se une à Lupin é Fujiko, uma bela ladra, conhecida de Lupin desde outros roubos, uma mulher camaleônica que ostenta sempre armas para efetivar seus objetivos.
Talvez o único ponto negativo do filme seja que Lupin sempre se dá bem, às vezes força uma barra, mas não é nada que estrague o filme, acaba lembrando um pouco Indiana Jones. Já os pontos positivos são vários, a cena da estrada quando eles ajudam Clarice que está fugindo dos capangas do conde é considerada clássica e uma das melhores cenas do filme. O personagem de Lupin é interessante, pois ele é muito esperto e perspicaz, está sempre com um novo disfarce para se livrar de todas as armações que ele entra.
Quanto ao diretor não tem nem muito o que se falar, é simplesmente um dos melhores e mais famosos de todo o mundo em relação a animação japonesa. É o criador de mundo fantásticos como A viagem de Chihiro, Princesa Mononoke, O castelo animado e do mais novo Ponyo - uma amizade que veio do mar. Princesa Mononoke foi durante muitos anos o filme de maior bilheteria do Japão, perdendo somente o título com a estréia de Titanic. Em 2003 ganhou o Oscar de Animação e o Urso de Ouro do Festival de Berlim por Viagem de Chihiro (impressionantemente fantástico) e em 2005 recebeu outra indicação ao Oscar de Animação pelo Castelo Animado, mais um sucesso de bilheteria de sua carreira.

Não deixem de conferir!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Coraline o e Mundo Secreto (Coraline, 2009)

Diretor: Henry Selick
Roteiro: Henry Selick, baseado em história de Neil Gaiman
Elenco: Dakota Fanning (voz), Teri Hatcher (voz), Keith David (voz), Jennifer Saunders (voz)


Mais um longa inspirado nos quadrinhos de Neil Gaiman chegou as telonas ano passado, depois do moderado sucesso de "Stardust" seria óbvio que mais uma das suas histórias chegaria ao cinema e a escolhida da vez foi "Coraline", uma novela de fantasia e horror que ele lançou em 2002 e ganhadora de diversos premios, mas para passar do papel para a celulóide acharam que a história ficaria ainda mais fantástica se fosse em stop motion, o que eu achei uma idéia ótima já que o filme ganha muito visualmente falando, nessa técnica que fora usada pelo próprio Henry Selick em dois de seus filmes mais famosos, "O estranho mundo de Jack" de 1993 e "James e o pessego gigante" de 1996, ambos produzidos pelo master genio Tim Burton, que também co-escreveu o roteiro de "O estranho..." com Michael McDowell. A história de Coraline e o Mundo Secreto (não entendo a fixação por subtítulos que essas distribuidoras tem no Brasil) trata de uma menininha que entediada em sua nova casa descobre uma porta que dá acesso a um novo mundo de fantasia e de muitos perigos também!


A personagem principal é daquelas garotinhas pentelhas que qualquer um tem em sua família, o que a torna crível e de facil identificação, se no começo do filme voce a acha chatinha e tagarela, no final voce ja esta a amando e torcendo para que ela seja feliz ao lado de seus pais, que são pessoas que só pensam em trabalho e ficam o dia todo enfurnados em escritórios escrevendo artigos para jardinagem para uma revista a qual a mãe de Coraline é redatora, mas a incoerencia é que nenhum deles estão muito a fim de ajudar a garotinha no jardim da nova casa, o que faz com que ela acabe encontrando a companhia de Wybie, um garotinho tão falante como ela, mas cheio de medos, principalmente de entrar na casa de Coraline por ouvir histórias assustadores de sua avó que já morou onde hoje mora Coraline e sua família. Em uma noite, Coraline descobre uma passagem para um outro mundo onde ela tem uma "outra mãe" e um "outro pai" que são fisicamente iguais aos seus, exceto pelos botões nos olhos e pela alegria de te-la por perto, ela acaba fascinada pelos seus "novos pais", mas descobre um comportamento estranho na sua "nova mãe", na verdade ela só quer comer seus olhos e seu corpo, assim como fez com outras tres crianças, em algumas cenas meio assustadores para crianças, como na transformação dela em um mostro parecido com uma aranha meio horripilante!


Essa outra mãe acaba raptando os pais de Coraline e fazendo uma aposta com ela, se Coraline achasse os tres olhos referente às tres crianças ela soltaria seus pais, do contrário Coraline ficaria presa para sempre com essa mulher. Claro que já sabemos o final né, Coraline derrota a monstra com a ajuda de um falante gato preto e fica feliz para sempre com seus pais!

Em algumas cenas achei o filme meio arrastado, com algumas cenas bem longas, mas não tira a beleza e a magia do filme, não vai ficar na memória como "A noiva Cadaver" do Tim Burton e nem como "O estranho mundo de Jack" do próprio Selick, mas é uma história interessante que merece ser vista, recomendo a quem gosta de animação e ainda mais de stop motion!

domingo, 11 de julho de 2010

Quincas Berro d'água, 2010

Diretor: Sergio Machado
Roteiro: Sérgio Machado, baseado em livro de Jorge Amado
Elenco: Paulo José,
Mariana Ximenes, Marieta Severo, Vladimir Brichta

Trinta e cinco anos após o estrondoso sucesso de Dona Flor e Seus Dois Maridos, chega aos cinemas mais uma adaptação de Jorge Amado: Quincas Berro D'Água. O longa, dirigido por Sérgio Machado (Cidade Baixa), reside em uma humorada adaptação do livro A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água, importante título da literatura brasileira que conta a história de um boêmio que morre no dia de seu aniversário de setenta e dois anos e, durante seu velório, seus amigos pegam seu corpo para farrear pela última vez nas ruas de Salvador. A morte em Quincas..., o evento que faz a história acontecer, é tratada de forma leve e natural, encarando a comicidade e o luto lado a lado, sem tempo para chororô. Os amigos de Quincas, interpretados por atores afiadíssimos, não têm a menor cerimônia ao lidar com o corpo do finado amigo. Brincam, acendem cigarro na vela do caixão e dão cachaça, para, por fim, levarem-no para um último passeio, para a ira da família do defunto.

Ambientado na Bahia da década de 50, o filme é construído a partir da narração em off de Quincas, que já está morto, e dos flashbacks que aparecem a partir das memórias dos amigos e familiares do personagem principal e vão se alternando com o tempo presente. Essa maneira de narrar a história – voz em off e flashbacks - dá força ao filme e nos passa a impressão de Quincas estar sempre presente, não apenas sendo um corpo morto, assim gerando uma simpatia para com o personagem.



Por trás de toda a história do filme, pode-se notar o conflito de classes (“classe média” e o “povo”) ao mostrar a vida – a partir da morte – de Quincas, ex-funcionário público que abandona a medíocre vida burguesa para viver com uma classe mais espontânea, no meio de bêbados e prostitutas, beber e se divertir. O longa gira ainda em torno da vergonha que a família de Quincas tem de abalar seu status social caso as pessoas descubram que o chefe da família havia abandonado seu lar para viver de maneira simplória, com uma classe mais baixa, pelas ladeiras de Salvador e suprindo um amor por uma dona de bordel. Sua ex-mulher é uma mulher chata, amarga; sua filha, uma pessoa pedante, mesquinha – que mais tarde se mostrará de outra forma, livre de toda hipocrisia -; e seu genro, um burocrata arrogante – que também se revelará mais tarde sem todo esse fingimento com o qual a classe é retratada ao dormir com um travesti. Vemos a evolução da personagem vivida por Mariana Ximenes a partir da identificação com esse novo modo de vida que seu pai adotara e o afastamento de suas raízes burguesas até tornar-se uma mulher voluptuosa.

A partir desse contato com o mundo do pai, não só a personalidade mudou, mas também sua forma de ver o mundo. Ela vai em um terreiro, conversa com uma mãe de santo e se abre a um novo caminho. Enquanto a burguesia se concentrava no moralismo cristão/católico, as pessoas mais pobres – claramente, representada por um grande número de negros-, viviam um maior sincretismo religioso e tinham uma maior ligação com as religiões afrobrasileiras. É, de maneira resumida, a procura pelo o que lhe convém e quando lhe convém, e é uma coisa bastante comum na cultura brasileira. Precisa de um padre vai na igreja; Precisa de uma mãe de santo, vai no terreiro.



Longe da qualidade e do sucesso do filme de Bruno Barreto, que levou doze milhões de brasileiros ao cinema, Quincas... tem o seu valor. O filme retrata a Bahia de Jorge Amado de maneira bonita e interessante, sem usar uma fotografia carnavalesca e conta com bons atores, como Paulo José e sua originalíssima narração em off, Marieta Severo e Luís Miranda; além de boas interpretações do resto do elenco, bons efeitos e criatividade. Por mais que em alguns momentos o humor apele para um lado bobo, óbvio e pouco inteligente, é um bom filme de caráter assumidamente popular e pode ser considerado acima da média do que o Brasil tem costumado fazer ultimamente quando se trata de um filme comercial, ainda que não tenha conseguido ir muito longe atingindo apenas pouco mais de duzentos mil espectadores. A trilha de Quincas..., composta por Beto Villares, é boa e conta com um leimotif bastante significativo. Provavelmente, daqui a três décadas, o filme será apenas mais um lançado nessa nova década que começa, não terá uma Dona Flor ou um Vadinho que serão lembrados eternamente no cinema brasileiro, mas digamos que, hoje, ele tenha seu valor.


Texto escrito por nosso amigo Sérgio Júnior, estudante de cinema da UFF

Editado por mim

terça-feira, 6 de julho de 2010

Volver uma série

Twin Peaks
1ª temporada

Criado por: David Lynch e Mark Frost
Diretor: David Lynch e outros
Roteiro: David Lynch e outros
Elenco: Kyle MacLachlan, Michael Ontkean, Madchen Amick, Lara Flynn Boyle, Sheryl Lee, Dana Ashbrook, Sherilyn Fenn


Começamos hoje mais uma série aqui no Volver um filme e já que se trata de séries/ seriados, nada melhor do que debutar com essa que é considerada por muitos como uma das melhores séries de todos os tempos, tenho que assumir que depois que a vi também faço parte desse grupo. Vamos à primeira temporada dessa fantástica invenção criada pela mente doentia de David Lynch, que conta com apenas 8 episódios!
A série se passa na fictícia cidade de Twin Peaks, em Washington, e logo no episódio piloto há um fato que será o ponto de partida para toda a temporada, o corpo de uma jovem todo enrolado em plástico é encontrado na beira de um rio e isso faz com que toda a cidade entre em choque por causa da barbaridade que foi o assassinato. Então é chamado o agente especial do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan, em mais uma contribuição com o Lynch, no total foram 4, entre filmes e essa série), que tem táticas nada convencionais para a solução do caso, o personagem é brilhante, ora beirando a loucura, ora uma pessoa cética e centrada, voltando a história, chegando a cidade, o agente conhece o cherife Harry Truman que será seu parceiro na investigação do assassinato de Laura Palmer, além do cherife, nessa primeira temporada somos apresentados a vários personagens, o que é interessante é que cada personagem tem suas próprias características, como seus pais Leland e Sarah Palmer (Leland surta ao saber da morte da filha, em cenas de dar dó, como ele dançando sozinho e chorando em um baile), Bobby, namorado de Laura, um cara rebelde que é acusado de sua morte mas logo depois é inocentado, Donna, melhor amiga de Laura, uma menina meiga (mas de carater duvidoso em minha opinião), James, paixão secreta de Laura e futura paixão de Donna, Audrey, estudante da mesma escola que Laura e Donna, mas não chega a ser amiga das duas, é cínica e muitas vezes falsa, mas em minha opinião é a mais autentica, entre outros personagens que são muito bem criados por Lynch e Mark Frost, que mostram que mesmo em uma pequena cidade onde todos se conhecem, os moradores vivem uma vida dupla e de enganações, onde todos podem não ser o que pensamos, até mesmo Donna que era melhor amiga de Laura era atraida por James (paixão secreta de Laura).


Como nos filmes do David Lynch, essa série não poderia ser diferente, há cenas absurdas, como os sonhos do agente Cooper, que envolvem misteriosas pistas sobre o caso e um esquisito anão em um quarto cheio de cortinas vermelhas que fala tudo ao contrário(!). Ainda mais por ser uma série e ter mais tempo para explorar situações incoerentes, sentimentos e psicoses humanas. Laura era uma menina que todos conheciam e adoravam, linda, prestativa, já que trabalhava entregando refeição a pessoas carentes da cidade, mas os que a conheciam de verdade sabem que ela era misteriosa, confusa e mantinha alguns segredos que poderiam abalar a estrutura de sua boa vizinhança.


O roteiro vai desvendando segredos obscuros e percebemos que cada personagem tinha uma certa ligação com a falecida Laura, como também o dr. Jacoby, psiquiatra de Laura, pessoa excentrica que mantinha uma forte relação com Laura, que com certeza mantem guardado segredos que talvez sejam revelados na segunda temporada.
Outro ponto mais que positivo além do roteiro cheio de suspense e de um humor sarcástico, as atuações são super convincentes e dignas de todas as indicações ao premio Emmy que receberam, principalmente Kyle MacLachlan e Sheryl Lee, intérprete da própria Laura Palmer e Maddy Ferguson, prima de Laura. No total, essa primeira temporada foi indicada a 13 Emmys, mas ganhando apenas 2 premios e se mantem até hoje em várias listas conceituadas de melhores séries de todos os tempos! David Lynch dirigiu em 1992 um filme chamado Os últimos dias de Laura Palmer, que como o nome sugere, conta com acontecimentos anterior a morte da jovem. A série foi exibida de 8 de abril de 1990 a 10 de junho de 1991, pela emissora ABC.

Já estou vendo a segunda e última temporada (infelizmente não houve mais) e assim que acabar escrevo aqui!