sexta-feira, 30 de abril de 2010

Abraços Partidos (Los abrazos rotos, 2009)


Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Penélope Cruz , Lluís Homar , Blanca Portillo , José Luis Gómez , Tamar Novas

Olha, tenho que ser sincero que não estava esperando grandes surpresas para com esse filme não! Alias o filme centra sua história em um personagem masculino, mas tudo bem, como é do nosso mestre a gente assiste não é mesmo? E eis que eu estava totalmente errado, no começo o filme é um pouco arrastado, inclusive já estava torcendo para que acontecesse logo um daqueles dramas tão típicos de Almodovar e eis que aos poucos ele vai se delineando na tela, o drama de um amor quase impossivel e seu final trágico. Vamos à história então!
Há 14 anos atras, Mateo Blanco (Lluís Homar) que hoje se auto intitula Harry Caine sofreu um acidente de carro em que perdeu a visão e o amor de sua vida, Lena (Penelope Cruz) e o filme começa a focar na trajetória do casal a partir do momento em que Mateo conta toda sua história a Diego (Tamar Novas), filho de uma antiga amiga e diretora de produção (Blanca Portillo), a partir daí, Mateo vai desvencilhando toda a sua vida quando era diretor de cinema e estava para filmar "Garotas e malas" um filme que bebe muito de "Mulheres a beira de um ataque de nervos" do próprio Almodovar, e em um dos seus testes de elenco ele conhece Lena, a esposa de rico empresário (José Luis Gómez) que faz de tudo pela sua mulher, inclusive custear a produção do longa só para poder vigia-la (pode ser loucura minha, mas achei um tanto quanto parecido com Moulin Rouge, não que isso seja um problema porque Moulin Rouge é ótimo heheh)! Claro que tanto diretor quanto atriz se apaixonariam e a partir daí esse amor proibido se torna cada vez mais latente, principalmente quando o marido de Lena descobre a traição pelas lentes do filho dele mesmo que estava documentando todos os passos de Lena na gravação do filme. Bom, é isso mesmo, um filme e um documentário dentro de um filme!

A paixão de Mateo e Lena é arrebatadora e rende cenas lindas como os dois na casa de praia vendo o filme e Lena chorando, alias, Penelope Cruz esta mais linda do que nunca encarnando uma atriz de variados looks, ora uma loura estilo Marilyn Monroe, ora a personagem de "Garotas e malas", de cara mais lavada e que lembra bastante suas antigas personagens de filmes do Almodovar! Diria eu que esse filme é uma homenagem mais que apaixonada do Almodovar ao cinema, mas não é seu melhor filme, esta longe de ser, o que na minha opinião é "Tudo sobre minha mãe".

Mas tenho certeza que não irão se decepcionar, mesmo, é um filme menor do Almodovar, não fez tanto sucesso como o antecessor, "Volver", mas que mesmo assim tem todos aqueles pre requisitos que amamos em um filme dele!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010)


Diretor: Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton, baseado em romance de Lewis Carroll
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover

Depois de meses de apreensão, estreia o mais no filme do sempre aguardado Tim Burton, Alice no País das Maravilhas. Acho que a história todo mundo já esta careca de saber...mas vamos lá: Alice acaba de ser pedida em casamento, como ela não ama o pretendente, ela foge caindo no buraco que a leva para o País das Maravilhas, porém ela já esteve lá há 13 anos atrás, porém não lembra, trazendo assim a desconfiança dos ilustres moradores desse local muito doido. Ela se torna a escolhida (a la Frodo ou Neo de Matrix) para matar o tal dragão e libertar o país das garras da tirana Rainha Vermelha.
Minhas impressóes sobre o filme: infelizmente o filme é muito infantil, é verdade que a maioria esmagadora dos filmes do Tim Burton tem um lado infantil, porém é um infantil sarcástico, irônico e muitas vezes indecente (Besouro Suco!), o que torna esse diferente é que se trata de um infantil puramente infantil! O que é a tal da dança maluca do Chapeleiro Maluco? E o final com uma batalha estilo As Crônicas de Nárnia? Ok...tem a cabeça rolando do dragão, tem olho arrancado e cabeças boiando no lago do castelo da Rainha Vermelha, mas nada que dê medo nas crianças...
Isso tudo não quer dizer que o filme é ruim, claro que não! O filme é ótimo, a direção de arte está de parabéns, Tim Burton novamente impressiona com sua arte dark e especialmente a Rainha Vermelha, a Rainha Branca e o Chapeleiro são os melhores personagens. Johnny Depp está como sempre, ou seja, espantosamente ótimo! A Rainha Branca não anda, desliza, parece que ela vai desmaiar a qualquer momento, ponto positivo para a dama do filme e a sua irmã, a Rainha Vermelha, é a melhor dos três. Parece mais uma adolecente mimada (CORTEM AS CABEEEÇAS!), que grita com tudo e todos e transforma todos os animais em seus servos, desde porquinhos (que viram descanso para seus pés) até os macacos (que viram pés de mesa), a única pessoa que ela guarda um pouco de bondade é seu grande amor, o Valete de Copas (Crispin Glover).

Tim Burton acerta no gráfico do filme, mas peca no roteiro, sei lá, me pareceu um pouco preguiçoso, mas em compensação todo seu visual é incrivelmente criativo, desde a lagarta maconheira, o gato Risonho (fantástico), a ratinha espadachim e o cabeção da Rainha Vermelha. Infelizmente não é uma obra prima como Edward Mãos de Tesoura e Os fantasmas se divertem (obs.: minha opinião) mas é com certeza um grande filme!

terça-feira, 20 de abril de 2010

O Hospedeiro (The Host - 2006)


Diretor: Bong Joon-ho
Roteiro: Baek Chul-hyun, Ha Won-jun e Bong Joon-ho
Elenco: Kang-ho Song, Hie-bong Byeon, Hae-il Park, Du-na Bae, Ah-sung Ko, David Joseph Anselmo, Paul Lazar, Dal-su Oh, Brian Rhee, Scott Wilson

Somente olhando para o cartaz se vê que se trata de um filme de monstro. Certo! Porém não é somente mais um filme de monstro, diferentemente de outros filmes do gênero esse tem drama, comédia, suspense e claro, ótimos efeitos visuais!
O diretor fez um ótimo trabalho não só mostrando a busca de uma menina por sua família, e sim mostrando também todo o lado sentimental e psicológico, principalmente do pai da menina.
O filme começa em um necrotério da Coréia do Sul, onde um rapaz é obrigado a despejar no ralo da pia vários frascos de líquidos tóxicos, indo parar no rio Han que é para onde se vai todo o esgoto do local. Alguns anos depois, surge esse monstro destruindo tudo e todos à sua frente. É aí que surge a família principal do filme, que trabalha à beira do rio vendendo comida em um trailler. O monstro acaba levando a menina, Hyun-seo, e deixando seu pai, Gang-du, desesperado, pois todos colocam a culpa nele. O filme tem várias reviravoltas, com eles sendo capturados pela polícia coreana, fugindo e indo atrás da menina e enquanto isso a menina está viva, presa no esgoto onde o monstro joga os corpos dos mortos que lhe serviram de alimentação.

Para quem tem preconceito com filme de monstro, abra a mente e veja esse filme, as cenas do monstro são surpreendentes, o filme foca muito também na família em questão, mostrando todo o preconceito e a descrença que o personagem Gang-du sofre pela sua própria família, que aos poucos vai se tornando um homem forte capaz de tudo pela filha. Existem também cenas impagáveis, como o funeral dos mortos, em que os quatro (o avô, o tio, a tia e o pai da menina) caem no chão desesperados e esperneiam a desgraça da morte de Hyun-seo, a cena é muito engraçada.
Mais um ótimo monstro ao lado de Godzilla e Cloverfield!

sábado, 17 de abril de 2010

A pessoa é para o que nasce (2003)


Diretor: Roberto Berliner
Roteiro: Maurício Lissovsky

Elenco: Maria Barbosa, Regina, Conceição e Gilberto Gil


Creio eu que cada um na vida tem um dom, seja cantando, cozinhando ou dirigindo um filme, alguns recebem seu devido reconhecimento mas há aquelas pessoas que posso dizer que são geniais mas acabam sendo mais um rosto na multidão. Quem poderia imaginar que três irmãs de Campina Grande, interior da Paraíba, cantoras, pobres, pedintes e ainda por cima cegas teriam suas vidas expostas em um documentário e o melhor, modificar a de quem assistiu essa pérola.

Para ser franco, sempre tive um certo preconceito com documentários, nunca fui muito fã. Porém a história de vida dessas senhoras é tão interessante, que com certeza, qualquer um que assiste fica com vontade de conhecer essas mulheres tão fortes e tão fragilizadas pela vida difícil que tiveram. No final você se sente íntimo de Maroca, Poroca e Indiara, os respectivos apelidos de Maria, Regina e Conceição.

O filme acompanha a rotina das Ceguinhas de Campina Grande, como são chamadas na cidade, e de quem faz parte de suas vidas, como Dalva (filha de Maria), d. Didi (que cuida das três) e outros às suas voltas. Maria, "a chefe" das irmãs, é a mais falante e namoradeira, diga-se de passagem, por isso seu passado e suas histórias são as mais expostas, como a morte de seu segundo marido pelo seu próprio irmão, a posse da filha que estava com uma tia, até sua rápida paixão pelo diretor do filme (!).


Por volta de uns seis anos em que suas vidas são documentadas, elas se veem as voltas de momentos de pura felicidade como a participação em um festival internacional de percursionistas em Salvador e São Paulo no ano de 2000, o PERCPAN, onde elas conhecem Gilberto Gil, até a volta às ruas para pedir dinheiro em um dos momentos mais angustiantes do filme onde elas contam as humilhações que sofrem por serem cegas e pedintes. E assim, pouco a pouco suas vidas vão se transformando e sendo delineadas brilhantemente graças a uma direção impecável de seu idealizador. É um filme simples, porém belo, que nos tem muito a dizer e mostrar que mesmo perante as adversidades que a vida nos impõem temos nosso direito de vencer e ter nosso devido reconhecimento. Recomendo a todos a assistir esse filme de mente e corações abertos!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Freaks (1932)


Direção: Tod Browning
Roteiro: Willis Goldbeck e Tod Robbins
Elenco: Wallace Ford, Leila Hyams e Olga Baclanova

Após assistir esse filme eu fiquei imaginando a polêmica que deve ter sido na época de seu lançamento, imagina um filme ambientado em um circo dos horrores, onde o elenco é composto por pessoas, digamos, anormais. Todos os "deformados" do filme são realmente pessoas com deficiência seja física ou mental, há desde anões, mulher barbada, homem sem braços e pernas, gêmeas siamesas, mulher sem braços, pessoas deformadas e muito mais. Imagino esse filme estreiando no longínquo ano de 1932.
O filme, como disse, se passa todo neste circo, onde todos convivem em uma quase harmonia, porém tudo muda quando um dos anões se apaixona pela trapezista, Cleopatra, uma bela mulher normal (digo, sem deficiência) que se aproveita da ingenuidade do anão, Hans, e tenta de tudo para pegar todo seu dinheiro, já que o Hans é herdeiro de uma grande fortuna.
Um ponto alto do filme é a festa de casamento do Hans e da Cleopatra. Todos estão sentados à mesa e começam a cantar "We accept you, one of us!", uma canção em que dizem aceitá-la como um deles, ela e seu amante, Hercules, começam uma sessão de humilhação tanto ao Hans como a todos os "freaks" do circo. À partir daí se inicia o plano de vingança de Hans e sua família, terminando com um final surpreendente.


O filme foi considerado muito forte na época de seu lançamento, sendo retirado de cartaz logo após sua estréia, porém hoje ele é considerado cult e um dos filmes mais assustadores já feito (acho exagero, não vejo esse filme como terror, mas ele é considerado como tal...). Um ótimo filme, que não teve aceitação em sua época, porém deve ser redescoberto por todos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dançando no escuro (Dancer in the dark - 2000)


Direção: Lars Von Trier
Roteiro: Lars Von Trier
Elenco: Björk, Catherine Deneuve, Jean-Marc Barr, Peter Stormare, David Morse, Vladan Kostig, Cara Seymour e Udo Kier

Nós aqui do blog sempre fomos fãns do Lars Von Trier, da Bjork então nem se fala (menos Anna, mas isso é questão de tempo haahh), então seria mais que óbvio que essa dupla nos surpreendesse com um dos melhores filmes da década. Dançando no escuro é o último filme de uma trilogia (Trilogia Coração de Ouro) iniciado com Ondas do Destino (1996), Os Idiotas (1998) que foi o segundo e finalizado com o Dançando. Lars Von Trier em conjunto com Thomas Vinterberg criaram o manifesto Dogma 95, em que no qual há algumas regras do tipo: não usar trilha sonora, não usar cenários, usar câmaras de mão e outros, porém o único filme que seguiu esse preceito foi Os Idiotas. Nós trocaríamos tranquilamente o nome desta trilogia para Trilogia do Sofrimento, pois todos os personagens desde os Idiotas até Dançando no Escuro sofrem com as consequências de seus atos, como o amor obsessivo de Bess (personagem de Emily Watson em Ondas do Destino), a inconformação com a sociedade burguesa em O Idiotas e a desesperada tentativa de salvar seu filho da cegueira de Selma (personagem de Bjork). Selma é uma mulher apaixonada por musicais, principalmente os americanos, e tenta uma vaga como a personagem Maria na peça A Noviça Rebelde, que será encenada no teatro da cidade, porém ela tem uma rotina carregada por causa de seu emprego em uma fábrica de alumínio onde também trabalha sua melhor amiga Kathy (Catherine Deneuve).


O filme mostra a incessante busca de Selma (que cada dia vai perdendo ainda mais a visão por causa de uma doença hereditária) atrás de ganhar mais dinheiro para assim poder pagar a operação do filho Gene, pois como a doença é hereditária ela se sente culpada com a possibilidade do filho também ficar cego como ela. Kathy desempenha o papel de mãe na vida de Selma, ajudando-a com a batalha diária que é a rotina da personagem de Bjork. Para fugir da realidade, Selma usa sons ritmados para aproveitar e sonhar, sonhos estes em forma de musicais onde todos a sua volta cantam e dançam (ponto mais que positivo para o filme, pois cada sonho é um pequeno musical, com todas as músicas cantadas pela Bjork). O dinheiro leva à cobiça do "amigo" policial Bill (David Morse), que em um ato de desespero muda o destino de todos no filme, principalmente o de Selma.
Para nós o ponto alto do filme é a música "I've seen it all" que ganhou indicações no Oscar e Globo de Ouro. O filme participou de várias categorias em várias premiações, alcançando os maiores prêmios no festival de Cannes, os de melhor filme e melhor atriz para Bjork. No Oscar
ela chamou mais atenção no tapete vermelho do que com o filme em si, já que apareceu com um dos modelitos mais famosos de todos os tempos, pois como se trata de Bjork não poderia ser diferente. Na nossa opinião: foi foda!


Vejam essa pérola do Lars Von Trier unindo forças com a excepcional Bjork. Filme inesquecível, até porque é um fato: lágrimas, muitas lágrimas.


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Primeiro post

Olá novo mundo
Bom esse é o nosso primeiro post e eu fiquei aqui pensando sobre o que eu iria dissertar com vocês (se é que vocês, possíveis leitores desse blog, estejam aí). Hoje eu tive uma curiosidade, que eu parei e pensei em como fui ter essa curiosidade somente hoje...se cinema é a sétima arte, será que existe a primeira, segunda, terceira, quarta, quinta e sexta arte? Joguei no google e eis que descubro que não só são 7 artes, como existem 11 artes! Ok que eu sabia que quadrinhos era considerado uma arte após a sétima (cinema), mas não sabia que eram 11 artes. Lá vai:
1ª Arte -Música (Som);
2ª Arte - Dança/Coreografia (Movimento);
3ª Arte - Tudo sobre pintura(cor);
4ª Arte - Tudo sobre escultura (volume);
5ª Arte - Tudo sobre Teatro (representação);
6ª Arte - Literatura;
7ª Arte - Tudo sobre Cinema;
8ª Arte - Tudo sobre fotografia(imagem);
9ª Arte - Tudo sobre a Arte Sequencial (quadrinhos);
10ª Arte - Tudo sobre Videogame;
11ª Arte - Tudo sobre Arte digital (integra artes gráficas computorizadas 2D, 3D e programação).

Fonte: http://clubedolivro.forumbrasil.net/mais-cultura-c6/

Nesse blog tentaremos não só falar sobre cinema e sim sobre artes diversas, podem esperar música, literatura, pintura, quadrinhos e outros, porém nossa paixão é CINEMA!

Apareçam!